Reproduzo texto de Felipe Portes, publicado no blog Futebol de Seleções:
Romênia e Bulgária têm muitas coisas em comum além de se encontrarem no mesmo continente e terem feito uma excelente Copa de 1994. No Mundial dos EUA, tanto os cárpatos quanto os balcânicos surpreenderam o planeta bola com atuações fantásticas.
Em território yankee, os então alviverdes foram até a semifinal, onde sucumbiram diante da Itália, vice campeã da edição. Antes disso, uma grande história foi escrita graças ao gol de Letchkov, contra a Alemanha. Os búlgaros eliminaram a campeã da Copa de 90, quatro anos antes e com praticamente o mesmo elenco.
Não pense você que os romenos também não aprontaram das suas. Num grupo forte com Suíça, Estados Unidos e a misteriosa Colômbia, os amarelos foram líderes e triunfaram na chave. O ato seguinte reservou um confronto memorável na história das Copas. O adversário seria uma Argentina órfã do futebol de Diego Maradona, expulso do torneio por um caso de doping.
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Mais uma coincidência: o último mundial disputado por Bulgária e Romênia foi justamente o de 98, quando Stoichkov se despediu da França sem muito brilho, ainda na primeira fase. Hagi foi mais longe e caiu para a Croácia, grande surpresa da edição. Fato interessante foi o duelo contra a Tunísia, ainda na fase de grupos. Todos os atletas romenos tingiram seus cabelos de loiro e assim entraram em campo contra os africanos. Vai entender...
Como última competição pelo seu país, Hagi jogou a Euro 2000, na Holanda. Os cárpatos foram eliminados pela Itália, então finalista e derrotada na grande final frente à França. O capitão seguia sendo fundamental, apesar da idade avançada. A prova de que este mal também assolou o futebol da seleção búlgara, foi a não classificação dos balcânicos para esta edição nos Países Baixos. Em Portugal, quatro anos depois, a Bulgária naufragou na primeira fase no grupo de Itália, Suécia e Dinamarca.
Com o passar dos anos, o futebol das duas seleções supracitadas foi perdendo a qualidade, muito pela ausência de seus maiores ídolos. Tudo bem que surgiram novos nomes nesta última década, mas que não podem de forma alguma serem comparados com a velha guarda. Adrian Mutu pelo lado romeno e Dmitar Berbatov pelos búlgaros, foram os atletas mais relevantes que envergaram as camisas de suas seleções, mas sem muito brilho ou boas campanhas, seja em eliminatórias ou competições.
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Atualmente fraquíssimas e sem perspectivas, as nações caíram no ostracismo e no saudosismo dos tempos gloriosos que dificilmente voltarão um dia. A saudade é mesmo uma faca de dois gumes, nos trazendo belas memórias e a dor de saber que elas agora pertencem somente ao passado.
Confira abaixo um comparativo com os elencos do Mundial de 1994 e os que disputaram a última partida das duas seleções pelas eliminatórias da Euro 2012:
Romênia 1994: Prunea (Stelea); Petrescu, Prodan, Belodedici, Selymes; Lupescu, Popescu, Munteanu, Hagi; Dumitrescu, Radocioiu. Técnico: Anghel Iordănescu.
Romênia 2011: Tătăruşanu; Săpunaru, Papp, Tamaş, Raţ; Mureşan, Bourceanu, Sânmărtean, Torje; Mutu e Marica. Técnico: Răzvan Lucescu.
Bulgária 1994: Borislav Mihaylov; Tzvetanov, Trifon Ivanov, Hubtchev, Kiriakov; Iankov, Letchkov, Balakov, Stoichkov; Kostadinov e Sirakov. Técnico: Dimitar Penev.
Bulgária 2011: Nikolay Mihaylov, Bandaloski, Bodurov, Ivan Ivanov, Zanev; Manolev, Marquinhos, Martin Petrov, Stiliyan Petrov; Yanev e Popov. Técnico: Lothar Matthäus.
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