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terça-feira, 29 de novembro de 2011

Héctor Castro: "El Manco"

Há exatamente 107 anos nascia em Montevidéu o atacante Héctor Castro, conhecido como "El Manco". Foi, junto com seus companheiros da grande seleção uruguaia, o primeiro campeão da Copa do Mundo FIFA, em 1930.

Quando tinha 13 anos de idade, trabalhando como auxiliar de carpinteiro, Castro perdeu a mão direita em um acidente com uma serra elétrica. Mas conseguiu realizar seu sonho de se tornar jogador de futebol.

Estreou aos 16 anos, em 1921, como jogador do Club Atlético Lito, de Montevidéu. Se transferiu para o Nacional em 1924, onde conquistou três Campeonatos Uruguaios (1924, 1933 e 1934).

Ganhou destaque e participou de talvez, em termos de títulos conquistados, a maior seleção de todos os tempos: a Celeste Olímpica. Vestiu a camisa charrúa pela primeira vez em 1923, e, três anos depois, conquistou o título da Copa América no Chile.

Foi com a equipe aos Jogos Olímpicos de Amsterdam (o Uruguai já havia vencido a edição anterior, em 1924), jogando duas partidas e marcando dois gols, fazendo parte da campanha que deu o segundo título Olímpico a Celeste, vencendo a Argentina na final. Um ano antes, havia sido vice-campeão da América com o Uruguai, e em 1929 foi terceiro colocado.

Héctor Castro marcou o primeiro gol da história da seleção uruguaia em Copas do Mundo e o primeiro do Estádio Centenário, construído para a primeira Copa da FIFA, em 1930 no Uruguai. Foi contra o Peru, no primeiro jogo do Uruguai na fase de grupos do mundial, aos 15 minutos do segundo tempo, o gol da vitória por 1 a 0.

Na realidade, Castro era suplente daquela equipe, e só jogou duas vezes no mundia, substituindo Anselmo no ataque. Curiosamente, marcou dois gols, os mais importantes daquela campanha. O segundo, foi na grande final, diante dos eternos rivais, os argentinos. A Celeste estava ganhando por 3 a 2 e, antes que os hermanos pudessem empatar, aos 44 do segundo tempo, Dorado cruza pelo lado direito, "El Manco" sobe e cabeceia, encobre o geleiro argentino e a bola entra no meio do gol, junto ao travessão.

Conta-se a história que alguns argentinos conhecidos lhe teriam oferecido dinheiro para entregar o jogo, mas sua atuação na final e o gol no último minuto mostram que o atacante não queria nem saber, cheio de dignidade, defendeu e ajudou sua seleção a conquistar o título.

Além de ter marcado dois gols no mundial e ter sido campeão, Castro ainda figura na "seleção ideal" da Copa de 1930 elaborada pela FIFA, como um dos melhores atacantes do torneio, apesar de ter jogado apenas duas das quatro partidas que a Celeste realizou no certame.

Pela seleção uruguaia, Castro marcou 18 gols em 25 partidas.

Castro se transferiu para jogar no Estudiantes de La Plata por uma temporada (1932/33) e logo retornou ao Nacional, onde encerrou sua carreira de futebolista em 1936. É o sétimo maior artilheiro da história da Primeira Divisão Uruguaia, com 107 gols.

Já como treinador, conquistou o título uruguaio com o Nacional em 1939, pegando o time na final da competição, que foi realizada em abril de 1940. Ainda conquistou os títulos nacionais de 1940, 1941, 1942, 1943 (levando o Nacional ao seu único Quinquênio) e 1952 e o Torneo de Honor em 1940, 1941, 1942 e 1943.

Héctor "El Manco" Castro faleceu em 15 de setembro de 1960, aos 55 anos e ficou marcado na história como o único jogador deficiente a participar de uma Copa do Mundo, marcando dois gols e conquistando um título.

REFERÊNCIAS
Dossiê História das Copas 1930-2006, Abril Coleções, 2010.
O Mundo das Copas, Lycio Vellozo Ribas, editora Lua de Papel, 2010.