Pesquisar este blog

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Antonio Carbajal, o goleiro de 5 Copas

Este dia 7 de junho é o 83º aniversário do mexicano Antonio Carbajal, o goleiro que mais Copas do Mundo disputou. São cinco Mundiais na bagagem. Uma lenda que ainda vive e que é muito respeitado em seu país.

Carbajal foi convocado pela primeira vez para servir a seleção mexicana nos Jogos Olímpicos de Londres-1948, com a equipe amadora.

Voltou da Olimpíada e foi promovido a titular de seu clube na época, o España, onde jogou até 1950, ano em que a instituição deixou de existir. Com a extinção do España, transferiu-se para o León, onde jogou até o final da carreira, totalizando 364 partidas.

Estreou em Copas do Mundo no Brasil, em 1950. O primeiro jogo da Copa foi justamente entre sua seleção, o México, e os anfitriões brasileiros, na inauguração oficial do Estádio do Maracanã, cuja construção ainda estava em andamento. Mesmo assim, mais de 80 mil pessoas compareceram para ver o Brasil golear o México por 4 a 0. Não foi a estreia dos sonhos, mas os próprios mexicanos diziam que estavam na Copa para participar da festa e aprender.

Na segunda partida, mais uma goleada: 4 a 1 diante da Iugoslávia. Carbajal fechou a participação mexicana na Copa de 1950 levando mais dois gols, contra a Suíça e o México perdeu por 2 a 1.

Nas eliminatórias para a Copa de 1954, o México sofreu apenas um gol em quatro jogos. O Mundial na Suíça foi o de maior média de gols na história, com 5,4 gols por jogo. O México tomou oito gols, mas Carbajal levou apenas três desses gols. Isso porque, na estreia do México, novamente contra o Brasil, quem sofreu os cinco gols foi o arqueiro reserva, Mota. Carbajal jogou apenas a segunda e última partida de sua seleção, na derrota de 3 a 2 para a França.

A estreia mexicana na Copa de 1958 foi novamente contra os anfitriões, os suecos. Uma derrota de 3 a 0, mas um fato curioso. Aos 13 minutos do 2º tempo, o sueco Hamrim entra na área e é calçado pelo zagueiro Romo. O árbitro marca pênalti. Liedholm cobra no canto direito e Carbajal fica parado. O árbitro manda voltar, alegando que ainda não havia autorizado o chute. Na nova cobrança, Liedholm cobra no canto esquerdo. Carbajal vai na bola, mas não a alcança.

No segundo jogo, veio o primeiro ponto do México em uma Copa do Mundo, no empate por 1 a 1 contra o País de Gales. O México levou o gol na primeira etapa e, no segundo tempo, Carbajal e o zagueiro Romo pararam o ataque galês. De quebra, aos 44 minutos Belmonte fez o gol mexicano.

No terceiro jogo, contra os húngaros já sem Puskas e Kocsis, o México tomou uma goleada de 4 a 0, mas a diferença não foi maior porque Carbajal fez boas defesas.

Em sua quarta Copa do Mundo, Carbajal deparou-se novamente com a seleção brasileira na estreia de sua equipe. Mas desta vez, ele falou: "Chega!". O México já havia perdido do Brasil em 1950 por 4 a 0 e em 1954 por 5 a 0 (nesta última, não era ele o goleiro, como já descrito acima). Era a hora de mostrar que não era bem assim. No primeiro tempo, o placar de 0 a 0 foi comemorado pelos mexicanos, graças à grande atuação de Carbajal. Mas, no segundo tempo, graças a duas jogadas de Pelé, o Brasil conseguiu a vitória por 2 a 0. Um bom avanço no futebol mexicano.

Um avanço que deu frutos. Na segunda partida, contra a boa seleção da Espanha, Carbajal evitou ao menos três gols e só foi vazado aos 44 do segundo tempo. 

Na terceira partida, o sonho mexicano se realizou: a primeira vitória em Copas do Mundo. Embora a Tchecoslováquia tivesse aberto o placar aos 20 segundos (o gol mais rápido da história das Copas até 2002), Carbajal ganhou talvez o seu melhor presente de aniversário em sua carreira. O goleiro completava 33 anos no dia em que o México bateu os tchecos de virada por 3 a 1, para a festa dos Tricolores.

Em sua última participação em Copas do Mundo, Carbajal ajudou a levar México a uma boa participação num grupo muito complicado, com Inglaterra, Uruguai e França. O goleiro de 36 anos não era mais o titular. Calderón jogou as duas primeiras partidas, empate em 1 a 1 com a França e derrota por 2 a 0 contra a Inglaterra.

Em sua despedida de Copas do Mundo, Carbajal teve a oportunidade de jogar contra o Uruguai, bicampeão e que, debaixo de suas traves, também tinha um grande goleiro. Mazurkiewicz fechou o gol uruguaio contra o ataque mexicano. Mas Carbajal também não tomou gol, sendo esta a primeira vez que a seleção mexicana terminou uma partida sem sofrer gols na história das Copas do Mundo, curiosamente na despedida de seu maior goleiro. Esta também foi a última partida oficial na carreira de Antonio Carbajal.

Carbajal não teve a oportunidade de disputar uma Copa do Mundo em casa. Quatro anos após sua aposentadoria, na Copa do Mundo seguinte à última Copa de Carbajal, o México sediou o evento e passou pela primeira vez da fase de grupos, chegando até as quartas de final.

Antonio Carbajal foi reconhecido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) como o melhor goleiro da CONCACAF no século XX. Na final da Copa das Confederações de 1999, foi reconhecido pela FIFA e pela Federação Mexicana entre os 100 jogadores históricos do mundo do futebol.

REFERÊNCIAS
fifa.com
Ribas, Lycio Vellozo. O mundo das Copas. Lua de papel, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1930-1934-1938-1950 - Uruguai, Itália, França e Brasil / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1954 - Suíça / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1958 - Suécia / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1962 - Chile / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1966 - Inglaterra / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.

foto: TOPFUTEBOL