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sexta-feira, 29 de junho de 2012

BOXE

O pugilismo, segundo registros históricos, tem entre 4 mil e 5 mil anos. Já era praticado na Grécia antiga, nos Jogos Pan-Helênicos (776 a.C.), que na época era conhecido como pugilato. Os lutadores não usavam luvas. Na Roma antiga, os lutadores usavam os cestus, protetores metálicos para as mãos, dotados de pregos, que podiam até mesmo matar os oponentes.

O boxe, ao longo de sua história, passou por momentos de alta e de baixa popularidade. No século XVIII, as lutas com punhos renascem na Inglaterra, mas não havia muitas regras, fazendo-as parecer muito mais com lutas do tipo vale-tudo. As primeiras regras foram introduzidas em 1867, pelo Marquês de Queensberry, ao patrocinar uma luta que incluía a contagem de dez segundos para nocautes, o tempo de três minutos para os assaltos, a proibição dos movimentos do estilo de luta livre e o uso de luvas almofadadas.

A primeira luta de boxe profissional, legalizada, aconteceu em 7 de fevereiro de 1882, nos Estados Unidos.

De lá para cá, entre a paixão de muitos e a repugnância de outros, o boxe amador foi incluído pela primeira vez nos Jogos Olímpicos da Era Moderna em 1904, em St. Louis, nos EUA, em razão de sua popularidade no país. Entretanto, a modalidade foi excluída oito anos depois, retornando apenas em 1920 e permanecendo no programa dos Jogos desde então.

No Brasil, o interesse pelo boxe começou em 1919, com Goes Neto, marinheiro carioca que havia feito várias viagens à Europa, onde aprendeu a boxear. Naquele ano, Goes Neto fez várias exibições no Rio de Janeiro. Na recente história do boxe brasileiro, há nomes respeitáveis que integram a história do boxe mundial, como Éder Jofre, Miguel de Oliveira e Servílio de Oliveira.

Fonte: Caderno do Aluno, 2ª Série do Ensino Médio, Vol. 2, Educação Física. Governo do Estado de São Paulo

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O nascimento da Celeste Olímpica

Publicado por Juan Carlos Vecino, em seu blog Futebol do Uruguai:


Em 1924 as Olimpíadas realizadas em Paris, recebeu pela primeira vez para a disputa do futebol uma equipe sul-americana, bicampeã do continente o Uruguai desembarcou em Paris para a disputa sem muito alarde haja vista que poucos conheciam o futebol praticado aqui na América do Sul.

Em 26 de maio os uruguaios entravam em campo para o primeiro jogo no estádio Colombes com um bom público presente com um estilo de jogo diferenciado das equipes europeias que predominavam o jogo de força física e bolas aéreas, o Uruguai primava pelo toque de bola rápido e dribles constantes em seus marcadores e assim os uruguaios ganharam da Iugoslávia por 7 a 0 com Cea e Petrone marcando dois gols cada e Vidal, Romano e Scarone completando o placar o que se viu no outro dia nos jornais era uma verdadeira avalanche de elogios ao futebol praticado no dia anterior por aqueles desconhecidos.

No dia 29 de maio um jogo mais duro contra os EUA e nova vitória uruguaia agora por 3 a 0 com Petrone marcando todos os tentos da partida.

No dia 1 de junho os franceses donos da casa teriam o privilégio de enfrentar os temidos sul-americanos com sua habilidade com a bola e não deu outra, novo show de bola e vitória por 5 a 1. Petrone duas vezes, Scarone duas e Romano anotaram o massacre. Nas semi-finais um jogo mais duro contra a Holanda e vitória por 2 a 1 com gols do Cea e do Scarone.

No dia 9 de junho foi a grande final olímpica e a Suíça era o adversário com toda torcida francesa a favor.

O Uruguai logo impôs seu ritmo de jogo ofensivo e de toque de bola que envolveu os suíços facilmente. Petrone abriu o marcador, Cea ampliou e Romano fechou o placar e o Uruguai conquistava pela primeira vez a medalha de ouro no futebol olímpico.

Mazzali ; Nasazzi (cap), Arispe - Andrade, Vidal, Ghierra, S.Urdinaran, Scarone, Petrone, Cea, Romano; foi a equipe da grande final, depois da conquista houve muita festa e donde a delegação uruguaia estava instalada a noite fora oferecido um jantar aos campeões olímpicos de futebol.

Considerado como um dos melhores jogadores da conquista José Leandro Andrade foi o grande destaque do jantar apesar de ser baixinho encantou a todos por ser também um excelente dançarino pois as donzelas fizeram filas para dançar um tango com ele, que era preto.



Fontes: Texto Galdino Silva, Revista Trivela e RSSSF Brasil


Obs: Título original no Blog Futebol do Uruguai: "Uruguai e sua primeira medalha de ouro no futebol dos Jogos Olímpicos: 1924 na França

terça-feira, 26 de junho de 2012

De seis conquistas na Libertadores, Boca tem quatro títulos decididos fora de casa, todos contra brasileiros

O Corinthians tem uma missão muito difícil pela frente: vencer o Boca Juniors para se tornar pela primeira vez campeão da Copa Libertadores da América. Difícil pela tradição do Boca na Libertadores, que em nove finais disputadas, conquistou seis títulos.

O Corinthians jogará primeiro na Bombonera, e depois no Pacaembu. Alguns dizem que é melhor jogar a primeira partida da final fora de casa, para decidir em seus domínios. Mas contra o Boca, isso não é vantagem nenhuma.

Das nove finais de Libertadores disputadas pelo Boca, o time argentino venceu seis. Desses seis títulos, quatro foram ganhos com o segundo jogo da final sendo disputado fora de casa (incluindo a final de 1977 contra o Cruzeiro, quando o primeiro jogo foi na Bombonera, o segundo no Mineirão e houve necessidade de jogo extra, no Estádio Centenário).

Sempre que o Boca decidiu uma final contra um time brasileiro no Brasil, sagrou-se campeão: 2000 contra o Palmeiras em São Paulo; 2003 contra o Santos também em São Paulo e em 2007 diante do Grêmio, em Porto Alegre.

Abaixo, todas as finais de Libertadores disputadas pelo Boca Juniors:

1963 - Boca vice-campeão
1º jogo - Maracanã: Santos 3-2 Boca Juniors
2º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 1-2 Santos

1977 - Boca campeão
1º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 1-0 Cruzeiro
2º jogo - Mineirão: Cruzeiro 1-0 Boca Juniors
3º jogo (desempate) - Estádio Centenário: Boca Juniors 0(5) - 0(4) Cruzeiro

1978 - Boca campeão
1º jogo - Estádio Pascual Guerrero: Deportivo Cali 0-0 Boca Juniors
2º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 4-0 Deportivo Cali

1979 - Boca vice-campeão
1º jogo - Defensores Del Chaco: Olimpia 2-0 Boca Juniors
2º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 0-0 Olimpia

2000 - Boca campeão
1º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 2-2 Palmeiras
2º jogo - Morumbi: Palmeiras 0(2) - 0(4) Boca Juniors

2001 - Boca campeão
1º jogo - Estádio Azteca: Cruz Azul 0-1 Boca Juniors
2º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 0(3) - 1(1) Cruz Azul

2003 - Boca campeão
1º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 2-0 Santos
2º jogo - Morumbi: Santos 1-3 Boca Juniors

2004 - Boca vice-campeão
1º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 0-0 Once Caldas
2º jogo - Estádio Palogrande: Once Caldas 1(2) - 1 (0) Boca Juniors

2007 - Boca campeão
1º jogo - La Bombonera: Boca Juniors 3-0 Grêmio
2º jogo - Estádio Olímpico: Grêmio 0-2 Boca Juniors

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Tchoukball

O tchoukball foi criado na década de 1960 por um médico suíço, nascido em Genebra, chamado Hermann Brandt.

Durante sua vida profissional, Brandt demonstrou especial interesse pela medicina esportiva. Constatou que os traumas de atletas com lesões, na maioria das vezes, resultavam de agressões, comuns nas modalidades esportivas coletivas de contato.

O tchoukball surgiu, então, como um esporte sem contato físico, tornando-se conhecido como "esporte da paz". Nenhum ato de perturbação ou obstrução é permitido no jogo, tanto no ataque como na defesa. A finalização no jogo de tchoukball é parecida com a do handebol. Seu alvo, objetivo na finalização é a quadra, e o jogo pode se praticado tanto por homens quanto por mulheres.

Em 1971, foi criada a Federação Internacional de Tchoukball, que coordena a promoção e difusão do esporte, em âmbito internacional. No Brasil, a divulgação do esporte ocorreu a partir de 1987 com a presença, em congressos e eventos, do então presidente da Federação Internacional de Educação Física. Sir John Andrews.

Em São Paulo, a difusão do esporte começou na década de 1990 com Océlio Antônio Ferreira, que, ao voltar da Europa, passou a divulgar a modalidade.

O tchoukball é um jogo que se assemelha a outros esportes, como o handebol e o voleibol, mas tem também muitos diferencias interessantes: as duas equipes podem circular pela quadra toda e atacar nos dois quadros de remissão; cada equipe tem no máximo três passes para arremessar no quadro de remissão; não pode haver contato físico; não é permitido interceptar ou roubar a bola do adversário.

Esse esporte é praticado com uma bola redonda, que tem uma bexiga de borracha e é coberta com couro. Cada equipe é composta por 12 jogadores (7 titulares e 5 reservas). O tempo de duração é composto por 3 períodos de 15 minutos (12 para feminino e juvenil). O tamanho da quadra é de 26-29m de comprimento por 15-17m de largura. Os quadros de remissão ficam dentro das áreas restritas e o tamanho do raio da área restrita é de 3m.


O tchoukball de areia


Essa versão do tchoukball foi criada no início da década de 1990, no Brasil, expandindo-se posteriormente pelo resto do mundo. O campo do tchoukball de areia tem de 11 a 13 metros de largura por 21 a 23 metros de comprimento. A partida é realizada com cinco jogadores em cada equipe, com dois reservas, e a recomendação é de três tempos de 12 minutos cada um para adultos. As regras são semelhantes às do tchoukball de quadra, determinadas pela Federação Internacional de Tchoukball.

Com informações de: Caderno do Aluno, 2ª Série do Ensino Médio, Vol. 2, Educação Física. Governo do Estado de São Paulo

MÍDIAS - A TRANSFORMAÇÃO DO ESPORTE EM ESPETÁCULO TELEVISIVO

Houve um tempo em que os atletas jogavam por amor à camisa, em que o fair play (jogo limpo) era valorizado e as pessoas iam aos estádios para comungar desse espírito esportivo e assistir a um bom jogo. Esses tempos ficaram para trás.

O esporte de hoje é parte integrante da milionário indústria de entretenimento, que tem ficado cada vez mais atenta à "vocação" do esporte em atrair espectadores. Assim, impulsionada pelo advento da televisão, transformou o esporte em "telespetáculo".

Observe as propagandas dos eventos esportivos: elas anunciam apenas equipamentos esportivos e estímulos à prática de exercícios físicos ou "usam" os valores associados ao esporte (energia, velocidade, superação etc.) para vender até cerveja? A mídia contribui na formação de "fanáticos" dispostos a consumir os produtos vinculados à imagem do seu time.

Que falação!


Será que aquilo que vemos e ouvimos nos jogos de futebol transmitidos pela TV fornece um amplo panorama sobre o que está acontecendo em tempo real, ou é um "recorte selecionado" de quem está transmitindo? Pense bem, as câmeras seguem a bola ou mostram os 22 jogadores ao mesmo tempo? Pois é, da mesma maneira que as imagens são selecionadas, também os comentários cumprem a função de transformar o futebol em espetáculo. Basta uma briga entre torcidas, um técnico que provoque o outro, uma celebridade na arquibancada e o episódio gera assunto durante uma semana até o próximo jogo, que, a essa altura, já se tornou secundário.

Abaixo, dois trechos de textos sobre a falação esportiva:

A falação esportiva


1. "[...] A falação esportiva (ECO, 1984) informa e atualiza: quem ganhou, quem foi contratado ou vendido (e por quanto), quem se contundiu, e até sobre aspectos da vida pessoal dos atletas. Conta a história das partidas, das lutas, das corridas, dos campeonatos; uma história que é sempre construída e reconstruída, pontuada pelos melhores momentos - os gols, as ultrapassagens, os acidentes etc. Cria expectativas: quem será convocado para a seleção brasileira? A falação faz previsões: qual será o placar, quem deverá vencer. Depois, explica e justifica: por que tal equipe ou atleta ganhou ou perdeu. A falação promete: emoções, vitórias, gols, medalhas. Cria polêmicas e constrói rivalidades: foi impedimento ou não? A falação critica: 'fala mal' dos árbitros, dos dirigentes, da violência. A falação elege ídolos: o 'gênio', o craque fora de série. Por fim, sempre que possível, a falação dramatiza [...]"

BETTI, Mauro. Esporte na mídia ou esporte da mídia? Motrivivência,
Florianópolis, n. 17, set. 2001. p. 108-109.

2. "A falação expõe discursos de duplo padrão moral. No jogo da seleção, o centroavante brasileiro fez um gol com auxílio do braço e o locutor agradeceu ao árbitro peruano: 'Muchas gracias, [nome do árbitro]! Gracias, hermano!'. O jogador declarou em entrevista ao telejornal do horário nobre: 'o artilheiro tem que fazer gol de qualquer jeito, não importa'. É a mesma falação que condena a violência, o doping, o suborno..."

BETTI, Mauro. A janela de vidro: esporte, televisão e educação física. Campinas: Papirus, 1998. p. 70.


Fonte: Caderno do Aluno, 2ª Série do Ensino Médio, Vol. 2, Educação Física. Governo do Estado de São Paulo

domingo, 24 de junho de 2012

Tênis - curiosidade

O jogo de tênis surgiu na França, no final do século XII e início do século XIII. No começo, não se utilizavam raquetes, mas, sim, as mãos nuas, ou com luvas de couro, jogando-se a bolinha contra uma parede. No século XIV, alguns jogadores passaram a empregar um utensílio de madeira similar a uma raquete, chamado battoir. O jogo deixou de ser praticado contra uma parede e passou para uma área dividida por uma corda.

As primeiras raquetes surgiram da adaptação de um cabo e de cordas trançadas ao battoir.


O jogo foi praticado em espaços abertos e também fechados. Era bastante apreciado na França, sendo a principal diversão de muitos reis.


Fonte: Caderno do Aluno, 2ª Série do Ensino Médio, Vol. 2, Educação Física. Governo do Estado de São Paulo

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Libertadores Sub-20: A noite de um dia difícil

Christian Rizzi/Gazeta do Povo

O Paraguai viveu nesta sexta-feira, 22 de junho de 2012, um momento muito difícil e indignante. O presidente Fernando Lugo, eleito pelo voto popular em 2008, sofreu Golpe de Estado, no qual o Congresso do país decidiu por tirá-lo do cargo. O povo se manifestou nas ruas e o cenário político e social virou um caos, já com repressão policial. O liberal Federico Franco ocupou o cargo nesta mesma tarde.

Com esse clima de tensão, caos, brigas, mentiras, deturpações e tudo que a política proporciona, à alguns quilômetros de Assunção, mais precisamente em Lima, capital do Peru, o Cerro Porteño entrou em campo para disputar sua última partida na fase de grupos da Copa Libertadores Sub-20.

Talvez os meninos guaranís não soubessem muito bem o que ocorrera em seu país. Ou estavam mais focados no jogo. Ou então estivessem preocupados. Mas o certo é que a equipe se superou em campo.

O rival desta noite era o todo-poderoso Boca Juniors, finalista da competição adulta da Libertadores. E os argentinos saíram na frente, com gol de Guerra aos 14 minutos do segundo tempo. Esse resultado praticamente eliminava os paraguaios, porque o América Mineiro jogaria por um empate contra o já eliminado Sporting Cristal.

Porém, o time do goleiro Carlos Gamarra, filho do grande zagueiro paraguaio de mesmo nome, conseguiu a virada no placar. Diego Godoy empatou aos 22, e dois minutos depois, Manuel Balbuena marcou um belo tento, o segundo do Ciclón.

Na parte final do jogo, o Boca ainda teve um jogador expulso. O Cerro conseguiu segurar a vitória, além de desperdiçar algumas chances de ampliar o marcador, e o jogo terminou 2 a 1 para os paraguaios.

Com o resultado, Cerro Porteño e América Mineiro estão classificados para as quartas de final da Libertadores Sub-20.

Quando voltarem para o hotel, com mais tranquilidade, os jogadores do Cerro poderão acompanhar com mais detalhes o caos que vive o país, incertos do rumo que tomará seu povo, com um Golpe de Estado sofrido. Mas a luta continua, também para os jogadores azulgranas, que buscam o primeiro título internacional para o Cerro Porteño, no ano em que o clube completa o seu centenário.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Antonio Carbajal, o goleiro de 5 Copas

Este dia 7 de junho é o 83º aniversário do mexicano Antonio Carbajal, o goleiro que mais Copas do Mundo disputou. São cinco Mundiais na bagagem. Uma lenda que ainda vive e que é muito respeitado em seu país.

Carbajal foi convocado pela primeira vez para servir a seleção mexicana nos Jogos Olímpicos de Londres-1948, com a equipe amadora.

Voltou da Olimpíada e foi promovido a titular de seu clube na época, o España, onde jogou até 1950, ano em que a instituição deixou de existir. Com a extinção do España, transferiu-se para o León, onde jogou até o final da carreira, totalizando 364 partidas.

Estreou em Copas do Mundo no Brasil, em 1950. O primeiro jogo da Copa foi justamente entre sua seleção, o México, e os anfitriões brasileiros, na inauguração oficial do Estádio do Maracanã, cuja construção ainda estava em andamento. Mesmo assim, mais de 80 mil pessoas compareceram para ver o Brasil golear o México por 4 a 0. Não foi a estreia dos sonhos, mas os próprios mexicanos diziam que estavam na Copa para participar da festa e aprender.

Na segunda partida, mais uma goleada: 4 a 1 diante da Iugoslávia. Carbajal fechou a participação mexicana na Copa de 1950 levando mais dois gols, contra a Suíça e o México perdeu por 2 a 1.

Nas eliminatórias para a Copa de 1954, o México sofreu apenas um gol em quatro jogos. O Mundial na Suíça foi o de maior média de gols na história, com 5,4 gols por jogo. O México tomou oito gols, mas Carbajal levou apenas três desses gols. Isso porque, na estreia do México, novamente contra o Brasil, quem sofreu os cinco gols foi o arqueiro reserva, Mota. Carbajal jogou apenas a segunda e última partida de sua seleção, na derrota de 3 a 2 para a França.

A estreia mexicana na Copa de 1958 foi novamente contra os anfitriões, os suecos. Uma derrota de 3 a 0, mas um fato curioso. Aos 13 minutos do 2º tempo, o sueco Hamrim entra na área e é calçado pelo zagueiro Romo. O árbitro marca pênalti. Liedholm cobra no canto direito e Carbajal fica parado. O árbitro manda voltar, alegando que ainda não havia autorizado o chute. Na nova cobrança, Liedholm cobra no canto esquerdo. Carbajal vai na bola, mas não a alcança.

No segundo jogo, veio o primeiro ponto do México em uma Copa do Mundo, no empate por 1 a 1 contra o País de Gales. O México levou o gol na primeira etapa e, no segundo tempo, Carbajal e o zagueiro Romo pararam o ataque galês. De quebra, aos 44 minutos Belmonte fez o gol mexicano.

No terceiro jogo, contra os húngaros já sem Puskas e Kocsis, o México tomou uma goleada de 4 a 0, mas a diferença não foi maior porque Carbajal fez boas defesas.

Em sua quarta Copa do Mundo, Carbajal deparou-se novamente com a seleção brasileira na estreia de sua equipe. Mas desta vez, ele falou: "Chega!". O México já havia perdido do Brasil em 1950 por 4 a 0 e em 1954 por 5 a 0 (nesta última, não era ele o goleiro, como já descrito acima). Era a hora de mostrar que não era bem assim. No primeiro tempo, o placar de 0 a 0 foi comemorado pelos mexicanos, graças à grande atuação de Carbajal. Mas, no segundo tempo, graças a duas jogadas de Pelé, o Brasil conseguiu a vitória por 2 a 0. Um bom avanço no futebol mexicano.

Um avanço que deu frutos. Na segunda partida, contra a boa seleção da Espanha, Carbajal evitou ao menos três gols e só foi vazado aos 44 do segundo tempo. 

Na terceira partida, o sonho mexicano se realizou: a primeira vitória em Copas do Mundo. Embora a Tchecoslováquia tivesse aberto o placar aos 20 segundos (o gol mais rápido da história das Copas até 2002), Carbajal ganhou talvez o seu melhor presente de aniversário em sua carreira. O goleiro completava 33 anos no dia em que o México bateu os tchecos de virada por 3 a 1, para a festa dos Tricolores.

Em sua última participação em Copas do Mundo, Carbajal ajudou a levar México a uma boa participação num grupo muito complicado, com Inglaterra, Uruguai e França. O goleiro de 36 anos não era mais o titular. Calderón jogou as duas primeiras partidas, empate em 1 a 1 com a França e derrota por 2 a 0 contra a Inglaterra.

Em sua despedida de Copas do Mundo, Carbajal teve a oportunidade de jogar contra o Uruguai, bicampeão e que, debaixo de suas traves, também tinha um grande goleiro. Mazurkiewicz fechou o gol uruguaio contra o ataque mexicano. Mas Carbajal também não tomou gol, sendo esta a primeira vez que a seleção mexicana terminou uma partida sem sofrer gols na história das Copas do Mundo, curiosamente na despedida de seu maior goleiro. Esta também foi a última partida oficial na carreira de Antonio Carbajal.

Carbajal não teve a oportunidade de disputar uma Copa do Mundo em casa. Quatro anos após sua aposentadoria, na Copa do Mundo seguinte à última Copa de Carbajal, o México sediou o evento e passou pela primeira vez da fase de grupos, chegando até as quartas de final.

Antonio Carbajal foi reconhecido pela IFFHS (Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol) como o melhor goleiro da CONCACAF no século XX. Na final da Copa das Confederações de 1999, foi reconhecido pela FIFA e pela Federação Mexicana entre os 100 jogadores históricos do mundo do futebol.

REFERÊNCIAS
fifa.com
Ribas, Lycio Vellozo. O mundo das Copas. Lua de papel, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1930-1934-1938-1950 - Uruguai, Itália, França e Brasil / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1954 - Suíça / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1958 - Suécia / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1962 - Chile / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.
Dossiê Placar História das Copas - 1930 a 2006: 1966 - Inglaterra / Abril Coleções - São Paulo: Abril, 2010.

foto: TOPFUTEBOL