Por José Calil, no blog Terceiro Tempo
Não sei se a culpa é da Globo, da Fundação Casper Líbero ou dos dirigentes do nosso atletismo, mas a grande verdade é que a outrora charmosa, tradicional e importante Corrida de São Silvestre não existe mais. O que há hoje em São Paulo no último dia do ano é um evento desorganizado, descaracterizado e desinteressante.
Se algumas medidas forem tomadas rapidamente, já para a próxima edição, ainda é possível ressuscitar a São Silvestre. Caso contrário ela caminhará para o completo desaparecimento, o que, aliás, já está próximo de acontecer.
Como dizem que jornalista só critica e não sugere nada, seguem algumas propostas vitais para a sobrevivência daquela que já foi uma das mais importantes provas pedestres do mundo:
1 – Retorno imediato ao percurso tradicional, com largada e chegada em frente ao prédio da Gazeta, na avenida Paulista, descida pela Brigadeiro Luís Antônio e subida pela rua da Consolação. O trajeto atual, com a descida pela ladeira do cemitério do Araçá, é um verdadeiro absurdo. Que o diga a família do cadeirante Israel Cruz Jackson de Barros, 44 anos, morto na prova segunda-feira, após sua cadeira se espatifar no muro do estádio do Pacaembu.
2 – Retorno imediato da prova ao horário noturno, com a virada do ano ocorrendo um pouco antes da chegada da prova masculina. Já tentaram fazer a prova à tarde e não deu certo. Agora fizeram de manhã. Pior ainda.
3 – Cada uma das provas tem que ser disputada de forma independente. É uma aberração as mulheres chegarem com os homens nos seus calcanhares. A corrida dos cadeirantes deve começar e terminar. Aí começa a prova das mulheres e, só depois dessa totalmente encerrada, pode começar a masculina.
4 – O limite do número de atletas participantes deve ser drasticamente reduzido, dos 25 mil atuais para, no máximo, 500. Ninguém agüenta mais aquela palhaçada de pessoas fantasiadas, carregando faixas e bandeiras, umas por cima das outras. Isso tudo combina com Parada Gay, nada tem a ver com uma competição esportiva.
5 – Exigência do vínculo de, pelo menos, um ano do atleta com uma instituição esportiva para que o ele possa usar a camisa dessa intituição. Isso evitaria o disparate de corredores quenianos subirem ao pódio com a camisa do Cruzeiro sem jamais terem passado perto de Belo Horizonte.
Ficam as sugestões a quem possa interessar. E se a adoção delas inviabilizar a festa de Reveillon na avenida Paulista que mudem a festa de local.
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